Alguns dos integrantes do grupo de atacantes capturados pela polícia
As Forças de Defesa e Segurança capturaram três indivíduos suspeitas de terem assassinado, há duas semanas, dois cidadãos no distrito de Nangade, na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
Entre os suspeitos, todos residentes de Nangade, destaca-se um antigo líder comunitário, segundo fontes locais citadas pela Rádio Moçambique.
As vítimas, uma das quais professor e diretor da Escola Primária de Nangade, foram atingidas com catanas no dia 30 de janeiro, quando seguiam de motorizada por um caminho em terra batida, junto à aldeia de Mwangaza, para participar no arranque do ano letivo.
O governador de Cabo Delgado, Júlio Paruque, esteve no domingo em Nangade, tendo deixado uma mensagem de apoio às famílias das vítimas e apelado a comunidade para mantere-se vigilante.
Maganja, uma aldeia do distrito de Palma, já foi alvo dos ataques dos malfeitores
A polícia moçambicana deteve 12 ugandeses no centro do país por suspeita de estarem envolvidos nos ataques armados no norte, disse hoje à Lusa fonte da corporação.
O grupo foi detido no domingo, em Chimoio, capital da província de Manica, a cerca de 900 quilómetros da região dos ataques, Cabo Delgado.
Os suspeitos seguiam num autocarro com destino à capital moçambicana, Maputo, e foi-lhes apreendido dinheiro em diferentes divisas, de Moçambique, África do Sul e Uganda, num montante equivalente a 2.000 euros.
A polícia apreendeu ainda 16 telemóveis, quatro lanternas e um computador portátil.”Quando a polícia os interpelou, afirmaram que tinham como destino o Zimbábue”, mas seguiam num autocarro na direção oposta, o que levantou dúvidas, acrescidas pelas “somas monetárias, os telemóveis e o computador” que possuíam, disse Mateus Mindu, porta-voz do Comando da Polícia de Manica.
“Há dias foram detidos cidadãos ugandeses”, em Nampula, norte de Moçambique, indiciados por estarem envolvidos em ataques, recordou Mateus Mindu, ao justificar a detenção e referindo que há um trabalho de perícia em curso para averiguar eventuais ligações entre uns e outros.
O grupo detido deixou a capital do Uganda, Kampala, em 29 de janeiro, e viajou por terra, atravessando a Tanzânia e o Maláui, até chegar a Moçambique.
Um dos membros, Samuel Mukasa, negou à Lusa qualquer envolvimento em violência em Cabo Delgado, e disse que pretendiam chegar a Harare, capital do Zimbábue, de onde receberam uma promessa de emprego em campos agrícolas.
Apesar de conhecer a difícil situação económica do Zimbábue, referiu que, ainda assim, “é melhor” do que aquela que se vive no país onde residem e de onde saíram.